sexta-feira, 23 de março de 2012

Sem vergonha de pensar

O Chico Anysio é uma dessas pessoas que eu lamento não ter tido a oportunidade de ter entrevistado. Ter ouvido dele algumas palavras ou chegado pertinho para simplesmente trocar a energia. Por isso, só de raiva, vou escrever o que hoje todo o Brasil já sabe. No palco do São Pedro eu o vi quando era bem guria. Dei muita risada, acho que surpreendentemente, eu chorei também durante a apresentação. Em seus 80 anos, Chico Anysio foi e fez tudo o que um ser humano interessante tem possibilidade de ser e fazer. Só que tudo junto. Corajoso, generoso, criativo, talentoso, bem-sucedido, reconhecido, engraçado, autêntico, amado, muito amado. Ele também fez em demasia tudo o que desejou fazer: amou, viveu intensamente, pintou, escreveu, fez graça com o que tinha graça e também com o que não tinha graça nenhuma. Emprestou a si próprio com paixão e despreendimento emocionante a centenas de personagens que apaixonaram e fizeram rir gerações e gerações de brasileiros. Em quase 65 anos, seis casamentos e oito filhos, Chico Anysio esteve atento a quase tudo que aconteceu por aqui. Encerro com a frase de Pascal que o humorista roubou para si: “Não me envergonho de mudar de opinião, porque não me envergonho de pensar”.

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