terça-feira, 15 de maio de 2012

Palmas para Carolina

Durante a última semana eu tive vontade de escrever sobre a Carolina Dieckmann, mas decidi não fazer parte da turma de colegas que elege ou é pago para cobrir esse tipo de assunto, que além de não dizer respeito a ninguém além da atriz e seu marido, não é relevante para nenhum segmento da sociedade.

Aliás, são os escassos e questionáveis critérios da mídia especializada e/ou não-especializada, que estimulam hackers a seguirem empenhados atrás de novas técnicas para violar a intimidade alheia em benefício próprio.

Para se ter uma ideia do poder do efeito cascata na comunicação nas pessoas, foi a entrevista exclusiva que Carolina deu ontem para o Jornal Nacional que me incitou radicalmente a mudar de ideia e de abdicar das minhas horas de sono para me unir a infinidade de colegas.

Porque a imprensa quer vender e o povo quer palpitar, que pessoas famosas são chantageadas. Porque o mercado absorve esse conteúdo débil, que na minha opinião está longe de ser chamado de jornalismo sério. É também por esse mórbido interesse pela vida alheia, que Carolina estava ontem em rede nacional dando uma lúcida explicação sobre algo que não interessa a ninguém além dela.

Será que pagar R$ 10 mil não teria sido mais prático e, convenhamos, bem em conta para a atriz? Será a talentosa intérprete de Teodora, em Fina Estampa, foi a única celebridade a ser chantageada por bandidos virtuais? Será que cedendo a chantagem, Carolina teria derramado tantas lágrimas receosas e raivosas por colocarem em risco o bem estar do filho de 13 anos, a quem passou a vida a proteger?

Sua coragem foi maior que o medo da repercussão desnecessária, porém óbvia e previsível da mídia. A mesma mídia que alimenta em todos os sentidos a ela e artistas como ela. Graças a isso, talvez menos pessoas famosas sejam chantageadas daqui para frente. Porque quem não tem recursos para viver da própria história de vida também é covarde. E covardes sentem medo.

Entre outras tantas coisas, acho que o corpo da gente também serve para seguir os instintos da nossa cabeça, imaginação, criatividade e por que não também, do nosso ansioso coração. Carolina mostrou que tem muito mais “à venda” do que apenas a barriguinha tanquinho e todo o resto que a marmanjada deve ser louca para encontrar nas páginas da Playboy e nunca encontrou.

Meu celular foi roubado. Sei bem pouco sobre essa sensação de ser invadida assim de forma tão planejada e intimamente por gente sem caráter. Mas, de qualquer forma é bem ruim, acredite. Sabe o que a minha irmã me disse quando comentei com ela sobre meu medo de alguém usar indevidamentte algumas caras, bocas e fotinhos mais empolgadas minhas?

- Olha, se essas fotos pararem na internet, agradece. Tu não é tão famosa assim meu amor...(muitos risos)

E não é que ela tinha razão.

Um comentário:

  1. Palmas para seu belo texto.
    Fotos, fotos...quem nunca??
    Se meu cell for roubado, to roubada. hahaha. Menos mal que faço fotos do pescoço para baixo, meu corpo pode ser de qualquer mulher. Hahaha. Sou "EX-PERTA"... Hahaha

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