Argus Montenegro, um mito da bateria, vive o anonimato na
velhice e conta como foram seus 50 anos na música brasileira: De Lupicínio
Rodrigues à Elis Regina, do samba canção à Bossa Nova, dos aplausos e a glória,
ao ostracismo. Ele resiste à passagem do tempo vivendo intensamente os dias que
lhe restam. Para seguir tocando ele precisará tomar decisões radicais
sem temer a instabilidade.
Um dos bateristas mais virtuosos do Brasil e sua história estão em cartaz
até amanhã, dia 29, na sala Eduardo Hirtz, da Cinemateca Paulo Amorim, na Casa de Cultura Mario Quintana. Argus Montenegro & a Instabilidade do Tempo Forte é dirigido por Pedro Lucas, com produção de Aletéia
Selonk, em uma realização da Artéria Filmes e Okna Produções. No cenário
musical, Argus é cultuado. Acompanhou grandes nomes da música nacional, que, de
passagem por aqui, nos anos 1960, contratavam-no para os shows. Entre eles, Carlinhos
Lyra e Elis Regina. Foi professor e ensinou
talentosos bateristas brasileiros, como Kiko Freitas, Nenê, Daniel Batera e o
meu lindo irmãozinho Cristiano Bertolucci. Embora
tenha vivido o ostracismo em sua cidade natal, Porto Alegre, o músico foi reconhecido
principalmente nos Estados Unidos, onde foi convidado a morar, tocar e ensinar
música. Pedro Lucas o acompanhou nos últimos sete anos de vida e as gravações foram
quase sempre na casa do baterista, no
bairro Glória, na capital gaúcha. Argus conta sua trajetória e da música no
Brasil dos últimos cinqüenta anos. O documentário recebeu investimento da NET e
da Intral, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do
Sul (LIC/RS) e recursos do Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e
Cultural de Porto Alegre (Fumproarte). As sessões são hoje e amanhã, às 14h30 e 17h50.
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