Faz tempo que quero escrever sobre aquelas coisas
e sentimentos que quase todas as pessoas concordam que são ruins. Sinto, vejo
por aí ou assisto na TV a coisa acontecer e imediatamente me vem a tal lista
de coisas chatas, desagradáveis, desnecessárias que existem e acontecem no
mundo e com a gente. Um dos critérios é que essa reação desprezível não venha
apenas de mim e sim, que seja uma opinião coletiva e geral da nação. Porque tem
coisas que são indiscutíveis ao (bom) senso comum. Quem disser que gosta da
sensação da água entrando no nariz tá mentindo. Ou daquelas raspadas de um
dente no outro, ou de um dente num garfo. Uiiiii!!! Quem conta que se sente bem
assim que acorda de um pesadelo horrível, daqueles de despencar do precipício também
só pode querer chamar atenção. Que nem mulher chamar a Gisele Bundchen ou
alguma bonitona semelhante de horrorosa, sem bunda e sem sal. Pega mal.
Deixemos para os homens esse tipo de comentário, já que muitos deles têm o gosto
bem diferente do nosso. Também é difícil encontrar quem não ache uma burrice se
deixar levar por simples impulsos. Voltar a fumar, usar drogas ou reconquistar
quilos árduamente perdidos. Também nunca cruzei com nenhuma pessoa que tenha
guardado boas lembranças de ter sido agredido, humilhado, roubado ou traído.
Quase ninguém gosta de morte, nem de ficar doente e sempre se espera que menos
pessoas se sintam bem provocando o mal das outras. É um saco também quebrar um
dente, comer algo estragado, dar de cara com uma mãe d`àgua, falar demais, esquecer
a chave dentro, passar frio, sentir fome, cólica. Constatações sem discussão.
Daquelas que não nos fazem perder mais de dois segundo para concluir o que
pensar. Mais ou menos como eu vi gravado numa parede de uma loja da 24 de
Outubro lindamente pela minha amiga Clarissa Motta Nunes: “... um vestido preto e um homem que a ame...”
Quem ousa discordar dessa unânimidade, só que da lista de coisas boas?
Ia esquecendo o que na verdade
me fez finalmente escrever parte da minha lista de burrices e chatices com as
quais somos presenteados frequentemente: liberar o álcool “só” na Copa do
Mundo.
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